Conforme relatório da Divisão de Zoonoses, durante as visitas domiciliares, nestas regiões agentes só conseguem acesso entre 36% e 38% dos imóveis
Morador ausente, ou que se recusa a atender os agentes comunitários de saúde e endemias, formam a chamada “pendência” nas planilhas da Divisão de Zoonoses da Secretaria Municipal da Saúde. Relatório do órgão aponta que o número de imóveis pendentes, nas ações contra o Aedes Aegypti em Marília chega a 64% do total.
No território da UBS (Unidade Básica de Saúde) Chico Mendes, na zona oeste, os agentes tiveram acesso a apenas 36% dos imóveis.
Fazem parte da abrangência o bairro Chico Mendes, parte do Argolo Ferrão, Cavalari (incluindo a Homex), Vila Maria, Araxá e Acapulco. Há grande número de apartamentos e universitários.
Na área da USF (Unidade Saúde da Família) Padre Nóbrega, as equipes só foram recebidas em 37% das casas. Entre os imóveis que fazem parte do perímetro da USF Palmital, apenas 38% foi vistoriado por profissional da saúde.
Na outra extremidade do relatório, as unidades de saúde com menor índice de pendências estão na Vila Nova (88% de acesso), Lácio (85%), Toffoli (78%) e Vila Barros (77% de casas vistoriadas). Os dados completos podem ser conferidos na tabela abaixo.
TEM GENTE?
A supervisora de Saúde Adriana Antônia Dadalto, responsável por equipes que atuam nas visitas domiciliares, afirma que a pendência acontece por uma série de fatores.
“Há casos em que realmente não tem ninguém na casa, mas observamos também algumas resistências injustificadas, em que a pessoa decide ignorar o agente. Às vezes o morador acredita que está ‘fazendo o dever de casa’ certinho, mas seria bom conversar com o agente, para receber orientações”, destaca a supervisora.
Um tipo de criadouro comum, conforme Adriana, é o ralo do banheiro ou quintal. Os agentes também têm observado muitos focos atrás de geladeiras. “Nem todo mundo sabe onde o mosquito pode estar se reproduzindo. Nós temos experiência e vamos fazer o melhor, para que a casa fique mais segura”, garante.
SEGURANÇA
Há também quem alegue temor, ou insegurança, para receber os agentes de saúde. Em municípios diversos, já houve relatos sobre criminosos que se passam por servidores, para obter informações ou vantagens indevidas.
“Todos os agentes da Prefeitura de Marília e todos os trabalhadores da empresa que mantém contrato com o município (Bump) trabalham identificados. Os profissionais não fazem perguntas sobre a vida pessoal, muito menos pedem informações financeiras. Se a pessoa diz ser agente de saúde e faz esse tipo de abordagem, desconfie e denuncie”, alerta a supervisora.
Em caso de dúvida, o morador pode entrar em contato pelo telefone 3401-2054 (Divisão de Zoonoses), ou ainda na unidade de saúde mais próxima.
Confira a maior pendência por unidade de saúde:
Unidade de Saúde Pendência Média
UBS Chico Mendes 64%
USF Padre Nóbrega 63%
USF Palmital 62%
USF 1º de Maio 62%
USF Flamingo 53%
USF Três Lagos 52%
UBS Santa Antonieta 51%
USF Planalto 50%
UBS Bandeirantes 49%
UBS São Miguel 49%
USF Cavalari 49%
USF Altaneira 46%
USF Julieta 46%
USF Santa Paula 45%
USF Santa Antonieta II 45%
UBS JK 44%
USF Jardim América 44%
UBS Jânio Quadros 44%
USF Vila Real 44%
USF Jardim Marília 44%
USF Marajó 42%
UBS Castelo Branco 42%
UBS Costa e Silva 41%
USF Santa Augusta 40%
UBS Alto Cafezal 40%
USF Jóquei Clube 39%
UBS São Judas 39%
USF Renata 39%
USF Parque dos Ipês 38%
USF Vila Hípica 36%
USF Aeroporto 34%
USF Aniz Badra 33%
UBS Nova Marília 30%
UBS Cascata 27%
USF Vila Barros 23%
USF Toffoli 22%
USF Lácio 15%
USF Vila Nova 12%
Fotos: Divulgação