A Secretaria Municipal da Saúde de Marília recebeu, nesta quarta-feira (18), curso de capacitação para médicos, dentistas e farmacêuticos da Rede Municipal de Saúde com o tema “Medicamentos Potencialmente Inadequados para Idosos”. O objetivo foi capacitar os profissionais para o enfrentamento à automedicação, diminuindo assim o número de internações de idosos.
A palestra foi ministrada pela articuladora de idosos Isabel Cristina Stefano, mestre em Saúde e Envelhecimento pela Famema (Faculdade de Medicina e Enfermagem de Marília). Ela atua ainda como tutora do Curso de Aperfeiçoamento em Envelhecimento e Saúde da Fiocruz, Interlocutora Regional da Pessoa Idosa e integrante da Rede de Atenção das Doenças Crônicas da Direção Regional de Saúde (DRS-IX Marília).
Durante o curso, foram apresentados dados que comprovam que “o mundo está envelhecendo”. Em 2050, serão 2 bilhões de idosos em países em desenvolvimento, como o Brasil. Essa nova realidade tem gerado novas demandas sociais, econômicas, sanitárias.
Em geral, pessoas idosas são acometidas por doenças e agravos crônicos, múltiplos e de longa duração. Requerem acompanhamento constante, cuidados permanentes e exames periódicos. Essa parcela da população demanda maior uso dos serviços, internações hospitalares, tempo de ocupação dos leitos, entre outras particularidades.
Pesquisa apresentada durante o curso mostra que 40% dos medicamentos são vendidos sem receita médica. Outro dado aponta que os idosos constituem 50% das pessoas que utilizam múltiplos medicamentos, por isso a vulnerabilidade dessa parcela da população ao uso inadequado.
Especialistas alertam que, infelizmente, ainda é comum doses e indicações inadequadas, interações medicamentosas, associações e redundância, medicamentos sem valor terapêutico e outras situações, na maioria dos casos, decorrentes da automedicação ou uso inadequado.
A enfermeira Aline de Freitas Miranda Lima, responsável pela área de Atenção à Saúde do Adulto, explica que a iniciativa foi organizada a partir da relevância do tema. “A automedicação e, principalmente a prescrição inadequada, são importantes para o profissional. São problemas que precisam ser devidamente identificados, para que possamos intervir e valorizar a prescrição correta”, destacou.
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