Inúmeros motivos podem levar uma pessoa a perambular, se alimentar e passar os dias e as noites nas vias públicas, aparentemente sem endereço fixo e com vínculos familiares rompidos. O problema é complexo, histórico e ocorre na maior parte dos centros urbanos. Em Marília, a Secretaria Municipal de Assistência Social avançou em mais uma etapa para abordagem humanizada da população que vive nessa condição.
Na tarde desta segunda-feira (08), uma reunião na sede da Secretaria Municipal de Assistência Social, sob a liderança da secretária Wania Lombardi, reuniu vários setores para a elaboração de um plano de ações multissetorial, que resulte em medidas efetivas.
Participaram setores do Poder Público, entidades e organizações da sociedade civil como a Fumares (Fundação Mariliense de Recuperação Social), Emdurb, Secretaria Municipal da Saúde, Conselho Municipal de Direitos Humanos, Polícia Militar, entre outras instituições que se relacionam diretamente com o tema.
“Nosso objetivo é traçar ações que sejam eficazes, eficientes e duradouras para as pessoas em situação de rua. Nesse contexto, existem usuários de drogas, pessoas que não têm casa ou ficaram nessa condição por perda dos vínculos familiares, os migrantes (que seguem de cidade em cidade). Para cada um desses grupos, a abordagem e as necessidades são diferentes”, explica Wania.
A secretária destaca que o incômodo, relatado por parte da população, não pode gerar intolerância, discriminação ou violência. “A imprensa tem um papel importante de educação e cidadania. Não vamos educar dizendo que a população em situação de rua ‘infesta’ as praças. Essa abordagem é lamentável. A secretaria quer uma abordagem humanizada e está construindo esse modelo com a sociedade, porque o problema é complexo”, afirma a secretária.
Ela alerta a população para que não dê esmolas. Ao invés disso, se tiver a oportunidade, o cidadão pode incentivar a busca pelos serviços públicos especializados no acolhimento. Campanhas massivas serão realizadas, tanto para divulgar os serviços, quanto para alertar sobre a mendicância.
“Estamos dialogando para fortalecer essa rede, inclusive com parcerias com clínicas e outros serviços. Também vamos realizar uma campanha intensa de divulgação, para que a população saiba o que fazer se for abordada por uma pessoa em situação de rua”, disse.
ESTRUTURA SOCIAL
A secretária da pasta afirma que, Marília têm, atualmente, cerca de 180 pessoas vivendo nas ruas. As principais estruturas para atendimento são o Centro POP, a Fumares e a Casa de Passagem, cada uma com diferentes funções e serviços distintos.
Na Fumares (50 vagas) é ofertado acolhimento institucional, ou seja, moradia temporária para reinserção social. Já a Casa de Passagem, também conhecida como albergue noturno, funciona como um dormitório provisório (37 vagas).
O mais recente serviço, mantido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, é o Centro POP. Trata-se de um local de atendimento social, com capacidade para 50 pessoas. O foco é o resgate da cidadania, com apoio psicossocial para o reestabelecimento dos vínculos familiares e sociais.
Foto: Júlio César de Carlis
