Com 3.801 doses aplicadas até ontem (16), a campanha de intensificação da vacinação contra a febre amarela segue em Marília neste sábado, 18. O serviço estará disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e unidades do Programa Estratégia Saúde da Família, as 07h às 13h.
No último sábado, 11, o prefeito Daniel Alonso, acompanhado da secretária municipal de saúde, Kátia Ferraz Santana e autoridades, esteve no distrito Padre Nóbrega e participou junto com a população do lançamento da campanha. Cerca de 2,5 mil pessoas foram imunizadas.
A campanha envolve as 42 unidades (12 UBSs e 36 postos do programa ESF), distribuídos em todas as regiões da cidade, além das equipes da Sala de Vacina, transportes e outros setores da Secretaria Municipal de Saúde.
A vacina só não pode ser aplicada em crianças menores de 6 meses, idosos acima dos 60, gestantes, mulheres que amamentam, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas.
O Ministério da Saúde recomenda que a vacina contra a febre amarela seja tomada duas vezes: para crianças, uma dose aos 9 meses e outra, aos 4 anos. Já no caso dos adultos, o intervalo entre as duas doses deve ser de 10 anos.
A secretária de saúde destacou a importância da apresentação da carteira de vacinação. Até ontem, 7.284 pessoas procuraram unidades de saúde em Marília para a imunização, porém a vacina contra a febre amarela foi aplicada em 3.801.
“É importante ter a carteirinha em mãos porque, nesta oportunidade, é verificada a necessidade de outras vacinas, permitindo a atualização. Muitos dos que procuraram as unidades não precisaram ser imunizados contra a febre amarela, por isso o número de doses é menor que o um total de atendimentos”, explicou Kátia Santana.
Ela lembrou ainda que a campanha prossegue até o próximo dia 24. “Quem não puder ir neste sábado, poderá procurar uma unidade durante a semana, porém é muito importante aproveitar esse oportunidade. Todas as nossas equipes estarão mobilizadas para este atendimento, como foi na semana anterior“, disse.
A Doença
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, com transmissão de vírus pela picada dos mosquitos infectados. Não ocorre a transmissão direta de pessoa a pessoa. Conforme o Ministério da Saúde, a vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença.
O vírus apresenta dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão: silvestre e urbano. No primeiro caso (surto em algumas regiões do Brasil), os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.
Já no ciclo urbano, que está erradicado no Brasil desde a década de 40, o que mais preocupa é a participação de um vetor muito conhecido e que já tem provocado outras doenças: o Aedes aegypti, também transmissor da dengue, febre chikungunya e zika.
Até ontem (16), o Ministério da Saúde confirmou 253 casos de febre amarela. Destes, 216 ocorreram em Minas Gerais, cerca de 85% do total.
Ainda segundo dados do Ministério, desde o início do surto os órgãos de saúde receberam 1.246 notificações e ainda investigam 885. Foram descartados 108 suspeitas em todo o país.
Além de Minas Gerais, os estados do Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Tocantis e Rio Grande do Norte apresentaram notificações que estão sob análise do Ministério da Saúde. Já são 88 mortes confirmadas, em 61 municípios brasileiros.