O programa “Show da Terra” realiza neste próximo domingo (dia 15), às 20 horas, no Espaço Cultural “Ezequiel Bambini”, uma homenagem especial a cantora Marli Aparecida de Oliveira Claro, popularmente conhecida como “Marli do Mobral”.
Marli nasceu em 21 de novembro de 1944, na vizinha cidade de Vera Cruz onde viveu sua pré-adolescência. Depois morou em Garça e aos 6 anos fixou residência em Marília, onde mora há mais de 60 anos. Atualmente, aos 69 anos, é aposentada e pensionista.
A merecida homenagem se deve aos anos de Marli como ex-encarregada do Posto Cultural do extinto MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) – que foi um projeto do governo brasileiro, criado pela Lei n° 5.379, de 67, e propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos.
Em 1978, Marli teve de assumir três desafios: o primeiro era organizar um festival sertanejo em nível estadual, com eliminatórias da micro e da macro-região composta de 47 municípios, o outro desafio foi a Primeira Taça São Paulo de Ciclismo e, por fim, a Festa Junina.
Sem dinheiro em caixa, sabia que as pessoas carentes gostavam muito de música. “A intenção era apresentar música, mas sem recurso, e com acesso à imprensa escrita e falada, eu conversava com os violeiros para que se apresentassem gratuitamente e em troco, fazia a divulgação das duplas, trios e solo”, comenta Marli.
O Festival de Música do Mobral acontecia no Auditório do Posto Cultural do Mobral de Marília que funcionava no Bairro São Miguel – na Praça Antônio Miguel de Mendonça, s/n. Marli apresentava o programa que tinha o nome de Canta Brasil, e que contava com a presença de músicos como Trio Mairiporães, Delmiro e Delmar, Trio do Balango (Mauro Roberto sanfoneiro), Zé do Galo, Liro e Lero, Serenata e Serraninho, Guapé e Guapezinho, Zé Maria e Roque Silva, entre outros.
Na mesma época começou a freqüentar as eliminatórias na Rádio Clube quando foi convidada para ser jurada. Dali começou a admiração tanto pelo artista sertanejo como pelos admiradores e através desta parceria se desdobrou para trabalhar pelas pessoas.
Em 1984, relembra, “Saí do Mobral e fui substituída por Cido de Almeida. Mesmo tendo saído, continuei cantando para sobreviver e educar os filhos, Heitor, Hugo, Elisabeth, Manoel Neto e Marcos Gustavo. Cantava no Talento Churrascaria, no Quinta Avenida, entre outros lugares. Enferma e dependente de pensão, fui para São Paulo onde cantei profissionalmente por dois anos no em bairros como Bexiga e Pinheiros”. Retornou para Marília em maio de 1989, onde se apresentou algumas poucas vezes na Cabana do Bosque com o Maestro Américo no teclado e Dezir no contra-baixo.
Marli conta orgulhosa que, “Na inauguração do Viaduto da Rua Paraná, conheci Mato Grosso e Mathias e na ocasião fazia 19 anos que eu não pisava num palco. Foi quando Waldir Santos, da Dupla Miserável e Zé Pobre, apresentava o show, e me honrou anunciando a minha presença fazendo alusão ao apelido ‘Marli do Mobral’. Foi muito emocionante pois fui ovacionada pelo público presente”.
Com o apoio da Secretaria Municipal da Cultura, os músicos Caim, Addy, Paulinho da Viola e Helio Mariano, se reúnem e convidam amigos, ex-alunos, outros músicos da época e toda a população para esta merecida homenagem à Marli do Mobral.
Mais informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal da Cultura, com Denise Justino, pelo telefone: (14) 3402-6600.
Texto: Assessoria de Imprensa
Foto: Wilson Ruiz