O secretário de Estado da Saúde e médico, Dr Eleuses Paiva, explicou a situação da dengue no território paulista e em Marília, comentou sobre a vacinação e destacou também as outras formas de enfrentamento à doença e ao mosquito vetor Aedes aegypti. As informações foram transmitidas à população durante entrevista coletiva concedida à imprensa após a reunião com os prefeitos presentes, entre o prefeito de Marília, Daniel Alonso, durante o evento da 2ª Oficina de Regionalização da Saúde, realizado em Marília, quinta-feira, dia 22 de fevereiro de 2024.
De acordo com Paiva, a Saúde do Estado trabalha com gestão personalizada por região, já que cada uma apresenta características próprias. “Por exemplo, o número que estamos tendo na região de Marília é muito inferior ao que estamos tendo na região de São José do Rio Preto. Para ter uma resposta melhor, a gestão precisa ser personalizada”, afirmou o secretário de Estado da Saúde.
Citou que o Estado está investindo na automatização do sistema do Laboratório Adolfo Lutz, responsável pela análise dos exames para confirmar ou descartar a dengue nos pacientes. “Vai aumentar de 7 a 10 vezes a capacidade em dar uma resposta rápida”, estimou o secretário.
Lembrou também sobre a nebulização que está sendo realizada em diversas cidades paulistas, inclusive em Marília. A Secretaria Municipal de Saúde aplicando o produto fornecido pelo Governo Estadual usando um equipamento cedido que é acoplado ao veículo. O serviço é conhecido pela sigla NAV. Três regiões da zona Norte começaram a ser nebulizadas quarta-feira, dia 21. A administração municipal já solicitou insumos para aplicação em outras áreas e aguarda resposta do Estado.
Sobre a tão esperada vacina contra a dengue, o secretário estadual relatou que a cidade não deve receber doses pelo Ministério da Saúde, mas ainda que receba não seriam suficientes para surtir efeito. “O Ministério da Saúde comprou uma vacina que, primeiro, são 6 milhões de doses e são necessárias duas doses para surtir efeito. Então são 3 milhões de pessoas que seriam atendidas, mas há uma perda de 10% das vacinas, então estamos falando de 2,7 milhões de pessoas que serão vacinadas. A gente sabe que é insuficiente para se fazer um bloqueio no Brasil”, observou. O secretário comentou que o Instituto Butantan vem avançando na elaboração de uma vacina contra a dengue, contudo com um diferencial importante: ao invés de duas doses, a do Butantan terá eficácia apenas com uma, significativo no enfrentamento da dengue.
Outro ponto contextualizado por Eleuses Paiva se trata do tempo necessário para que as pessoas estejam imunizadas contra a dengue. “Todos os estudos científicos que a gente tem sobre a resposta desta vacina apontam para 30 dias, a partir da segunda dose. Vamos imaginar que as pessoas sejam vacinadas em março. De maio para junho, irão tomar a segunda dose, e vai ter resposta imunológica a partir de julho, que é praticamente quando acaba o pico da epidemia. Então, para este momento de 2024 essa vacinação não vai ter efeito, só vai ter efeito para 2025”.
Vacina do Butantan
Como meio para agilizar a imunização dos paulistas e até de outros Estados brasileiros, o secretário estadual revelou que o Instituto Butantan está desenvolvendo uma vacina contra a dengue. “Devemos registrar na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em julho e, se tudo correr bem, a gente pode ter a vacina à disposição em novembro. Será de dose única”, reiterou.
Durante o evento, Dr Eleuses Paiva destacou que se esforçará para a implantação do AME (Ambulatório Municipal de Especialidades) de Marília. O prefeito Daniel Alonso reivindicou a vinda do AME em seu discurso no evento. Antes, durante a recepção ao secretário estadual no Alves Hotel - que abrigou a 2ª Oficina de Regionalização - o vereador e ex-deputado federal por Marília, Sergio Antonio Nechar, o Dr Nechar (PSB), acompanhado pelo prefeito Daniel Alonso e pelo secretário municipal de Saúde, Dr Osvaldo Ferioli, entregou nas mãos de Dr Eleuses Paiva ofício solicitando a vinda do AME para Marília.
Ao discursar no evento, o secretário de Estado da Saúde, informou que o Governo do Estado de São Paulo, a partir da nova pactuação com a região de Marília, irá liberar quase R$ 260 milhões em recursos e aportes. O secretário municipal da Saúde e médico Dr Osvaldo Ferioli, comemorou a parceria. “Isso representa uma iniciativa importante para o fortalecimento da atenção primária da Saúde. Nós vivenciamos desafios, como a endemia da dengue, que tem o agravamento nesta época do ano e esse recurso vai ser importante para ações para a população. Criaremos estruturas mais robustas, com maior horário de atendimento e intensificação dos bloqueios, melhorando a prevenção e a assistência aos pacientes”, concluiu Ferioli.
Fotos: Ramon Barbosa Franco