O Festival Literário de Marília — FLIM — é um projeto contemplado pelo fomento cultural da Lei Aldir Blanc. Nasceu como um sonho, ao reconhecer a necessidade urgente de iniciativas que valorizem e deem visibilidade à literatura em Marília, contemplando livreiros, artistas e escritoras e escritores da cidade.
A curadoria do festival é assinada por Angélica Masson — advogada, escritora e produtora cultural — e Bárbara Duarte — escritora, produtora cultural e também curadora da FLIM. Juntas, têm como principal objetivo fomentar e valorizar a literatura local, escolhendo a Biblioteca Municipal de Marília como eixo central e símbolo do evento. Mais do que uma decisão logística, a escolha é simbólica: a Biblioteca, alinhada ao conceito de "Biblioteca Viva", é um espaço pulsante de cultura, encontros, sonhos e descobertas.
Ainda assim, muitos moradores de Marília nunca visitaram a Biblioteca e sequer sabem onde ela está localizada. Esse dado acompanha uma tendência nacional: segundo a 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, 53% da população brasileira com mais de cinco anos não leu nenhum material editorial nos últimos três meses, e 73% não concluíram a leitura de um livro nesse período.
Apesar desse cenário, há um imenso potencial de transformação por meio da leitura. Para que ele se concretize, é fundamental investir em ações de incentivo acessíveis e democráticas. Inspirada pelo ensaio "O Direito à Literatura", de Antonio Candido — que defende a literatura como um direito humano essencial —, a FLIM foi concebida por duas escritoras de Marília que acreditam na leitura como pilar da cidadania cultural.
O festival acontecerá de 14 a 18 de maio e contará com uma programação diversa, incluindo oficinas de escrita, ilustração e histórias em quadrinhos, saraus, mesas literárias, encontros de clubes de leitura e apresentações culturais. As atividades abrangem todas as idades e públicos, com oficinas direcionadas a crianças, jovens, pessoas idosas e pessoas com deficiência.
O projeto é produzido com recursos da Política Nacional Aldir Blanc através da Secretaria Municipal de Cultura de Marília.
A FLIM será dividida em duas etapas:
1ª Etapa (14 a 16 de maio) – Voltada à rede municipal de ensino
Durante três dias (quarta a sexta-feira, manhã e tarde), a FLIM receberá estudantes de escolas públicas para oficinas simultâneas. Utilizando os três andares da Biblioteca, atenderá ao menos duas turmas por período.
2ª Etapa (16 a 18 de maio) – Aberta ao público em geral
Na sexta à noite, ocorre a abertura oficial do festival, marcando o início das atividades abertas a toda a comunidade.
Sábado e domingo contarão com ampla programação: oficinas diversas, rodas de saberes, lançamentos de livros, feira literária, praça de alimentação com food trucks, e apresentações culturais. A rua em frente à Biblioteca será ocupada e transformada em um espaço vibrante, com palco para shows e encontros, democratizando o acesso à cultura.
Entre as atrações, destacam-se nomes como:
Aline Bei, autora premiada de O Peso do Pássaro Morto e Pequena Coreografia do Adeus, finalista do Jabuti e do Prêmio São Paulo de Literatura;
Claudio Fragata, mariliense premiado com o Jabuti pelo livro Alfabeto Escalafobético, autor de obras infantis e juvenis;
Carol Ito, quadrinista nascida em Marília, vencedora do Prêmio Vladimir Herzog, com trajetória destacada no jornalismo em quadrinhos.
A FLIM será um marco histórico: mesmo sendo Marília batizada em homenagem a uma musa literária, a cidade jamais sediou um evento literário dessa dimensão em seus 96 anos de existência.
Aguardamos todes para celebrar a literatura mariliense. A FLIM é de Marília, para Marília — e para o mundo.
Fotos: Divulgação