Projeto reescreveu as vivências de três mulheres idosas e de zonas periféricas de Marília, com uma trajetória de vida e afetiva ligada às artes manuais
A Prefeitura de Marília, por meio da Galeria Municipal de Artes – órgão vinculado à Secretaria da Cultura, realiza dia 1º de novembro (sábado) a vernissage da exposição 'Unindo Linhas e Recriando Histórias', desenvolvida por Kyrieh Tonelli, com apoio do Edital para Fomento à Execução de Ações Culturais, do Programa Nacional Aldir Blanc – PNAB 2024. O evento acontecerá das 14h às 17h e contará com uma roda de conversa.
A exposição ficará em cartaz até o dia 22 de novembro, na Galeria Municipal de Artes, que integra o Complexo Cultural “Braz Alécio” - localizado na Avenida Sampaio Vidal, 245. A visitação é aberta de terça a sexta – das 9h às 17h e segundas e sábados – das 13h às 17h.
O projeto 'Unindo Linhas e Recriando Histórias' reescreveu as vivências de três mulheres idosas e de zonas periféricas de Marília, com uma trajetória de vida e afetiva ligada às artes manuais, a partir da Arpilharia, técnica de costura que, a partir de retalhos de panos costurados sobre um tecido rústico, constrói uma narrativa ou algum momento específico do cotidiano.
A importância deste projeto se dá na medida em que ele busca refletir a respeito do papel do fazer manual e artesanal na vida de mulheres inseridas em tal realidade social, trazendo à tona o sentido que ele tem e a forma como ele ressignifica o cotidiano de cada uma delas. A relevância do tema se dá a partir do intuito de buscar com que o público em geral consiga compreender a importância e o valor do fazer manual, elevando-o a um novo patamar dentro do mundo das artes, com valorização adequada.
Segundo a artesã, produtora cultural e coordenadora do projeto, Kyrieh Tonelli, a ideia surgiu principalmente a partir do sentimento de admiração pelas artes manuais, de sua potência curativa e terapêutica na vida de quem o realiza, e também do sentimento de aflição em saber que há tanta produção artesanal e cultural dentro de cada bairro que não tem sua devida visibilidade e valoração.
Sobre a Arpilharia
O fazer das Arpilleras se iniciou na ditadura chilena da década de 1970, quando, por meio do seu fazer, as mulheres em situação de violência construíram as denúncias sofridas por elas e outras companheiras.
Após a construção das histórias e de uma Arpilharia extra com reflexões sociológicas a respeito da vida das mulheres, das relações de gênero, classe e raça e do espaço social onde se configura o fazer manual ao longo dos anos, unidos aos sentimentos expressados pela individualidade de cada mulher participante, nasceu a exposição com os trabalhos realizados.
Sobre Kyrieh Tonelli
Kyrieh Tonelli Racy Ferreira é natural de São Paulo/SP, mas mora em Marília desde o ano de 2018. Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Unesp, é pós-graduanda em Trabalhos Manuais da Educação Steineriana pelo Nina Veiga Atelier de Educação. Atua como produtora cultural desde 2019 e como artista manual desde 2012. Na área da produção cultural, atua através do Ponto de Cultura Beco Resistência, tendo realizado eventos de música, oficinas e encontros culturais, a revitalização do espaço do Ponto de Cultura, produção e participação de feiras de economia solidária e articulações políticas e culturais com outras cidades da região. Como artesã, trabalha na microempresa ‘Em nós’ desde o ano de sua fundação, em 2014, produzindo, divulgando e comercializando os acessórios artesanais. Também já ministrou diversas oficinas e aulas de artes manuais, como de macramé, bordado, olho de deus, tricô e crochê para públicos de diversas idades.
Fotos: Divulgação