O encontro ressaltou para este ano a fluência leitora como foco central das ações pedagógicas e avaliativas na Rede Municipal de Ensino
Os coordenadores das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) participaram na última sexta-feira (dia 1º), à tarde, da 6ª Reunião de Formação Pedagógica, que abriu oficialmente a capacitação para o segundo semestre de 2025.
Promovido pela Secretaria Municipal de Educação, o encontro destacou a fluência leitora como foco central das ações pedagógicas e avaliativas. A equipe técnica da Secretaria ficou responsável pela formação do grupo de educadores.
A abertura da reunião foi realizada pelas supervisoras Denise Oliveira Fontes e Débora da Silva, que deram as boas vindas ao grupo e ressaltaram a importância dos Programas Nacionais de Alfabetização e de Fluência Leitora no contexto das escolas municipais. Segundo elas, os resultados dos testes avaliativos são fundamentais para orientar as ações pedagógicas das escolas.
Na sequência, a professora Marisa Xavier, membro da equipe técnica, conduziu a formação do dia com uma apresentação das plataformas Elefante Letrado e CAED (Sistema de Avaliação Educacional), orientando os participantes no uso eficiente das mesmas, explicando como acessar e interpretar os gráficos, analisar os materiais avaliativos e os recursos didáticos.
Leitura como experiência e embasamento científico
A formação pedagógica prosseguiu com a leitura reflexiva da obra “Nicolau tinha uma ideia”, de Ruth Rocha, escolhida para tratar do compartilhamento de ideias. Em seguida, os coordenadores foram convidados a refletir sobre "Como lemos?", com base em referências da neurociência vindas do livro “Os neurônios da leitura”, de Stanislas Dehaene, que explica os processos cerebrais por trás da aquisição da leitura.
Explorando o Elefante Letrado
Um dos momentos de maior interesse da capacitação foi a demonstração das funcionalidades da plataforma Elefante Letrado, principalmente a organização da biblioteca virtual por gêneros textuais, que já faz parte da rotina dos professores, alunos e coordenadores.
A professora Camila Rodrigues de Souza, da equipe técnica, contribuiu com a reflexão e enfatizou a progressão linguística dos materiais, desde texto e palavras simples até os mais complexos, e como esse avanço beneficia a proficiência leitora dos estudantes. Ela destacou ainda o papel da oralidade — tanto do professor quanto do aluno — no desenvolvimento dos códigos linguísticos que moldam a escrita.
“O nosso objetivo principal é orientar que os coordenadores auxiliem os professores a escolherem textos adequados ao nível de leitura de suas turmas e às metas do Projeto Político-Pedagógico (PPP) e dos planos de ação de fluência leitora”, afirmou a secretária municipal da Educação, professora Rosemeire Frazon.
Análise avaliativa e adoção de estratégias
Durante a reunião, foram analisados os resultados do primeiro teste de fluência leitora: áudios dos alunos leitores foram ouvidos e discutidos, com foco em oralidade, compreensão e rapidez de leitura. A partir de gráficos setoriais e de coluna, a equipe identificou quais alunos apresentaram desempenho inferior e quais textos poderiam favorecer a progressão individual.
O professor Eduardo Bento Pereira reforçou que, além do preparo técnico, é essencial formar o aluno emocionalmente para participar dos testes. A professora Marisa Xavier apresentou cinco exercícios específicos voltados à articulação e pronúncia, ressaltando a importância da prosódia e da fluência oral.
Plataforma CAED e organização das avaliações
Dando continuidade, a reunião abordou a Plataforma CAED e seus instrumentos de avaliação de fluência leitora. Foram explicados os critérios de seleção de palavras canônicas e pseudopalavras, considerando extensão, tonicidade, complexidade silábica, frequência e correspondências grafofonêmicas regulares e irregulares. Os componentes linguísticos, como extensão sintática e léxico coloquial, também foram contextualizados dentro da estrutura avaliativa.
Os participantes discutiram a importância de refletir criticamente sobre os dados enviados pelas escolas, particularmente sobre como transferências de alunos podem distorcer a contagem oficial de participantes — demanda que será encaminhada à supervisão.
Direcionamentos finais e espírito colaborativo
A professora Marisa Xavier, a pedido da supervisão, fez um percurso pela legislação aplicável às atribuições dos coordenadores e anunciou que o material legal será distribuído aos novos profissionais da área. Também foi apresentado o calendário do 2º semestre, com datas de formações, avaliações e ações estratégicas pela professora Maraísa Silva Colognese.
No encerramento do encontro, a professora Marisa Xavier apresentou a história africana do conceito de Ubuntu - “Sou quem sou porque somos todos nós”, convidando cada coordenador a fortalecer os vínculos de parceria e apoio mútuo junto aos professores. Para marcar o momento, todos receberam uma lembrança simbólica do evento: um saquinho de pipoca com uma frase inspiradora.
Fotos: Divulgação