A Prefeitura de Marília, por meio das secretarias municipais da Saúde e da Infraestrutura, autorizou no dia 27 de junho de 2025 o início das obras de construção do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) III, que irá funcionar 24 horas, inclusive sábados, domingos e feriados.
A construção do CAPS III está sendo possível pela parceria com o Governo Federal num investimento de R$ 2.228.022,91. O prazo para construção é de 14 meses, sendo que a empresa responsável é a JGM Estrutura e Construtora Ltda.
O futuro CAPS fica numa área de 7.000 metros quadrados e terá 740 metros quadrados de área construída, localizada no bairro Nova Marília III, zona Sul da cidade, compreendendo as ruas Ângelo Peres, Dr. Victor Gianvechio e Tenente Doraci Marques.
O prefeito Vinicius Camarinha destacou a importância dessa obra. “Durante a campanha havíamos dito que a saúde mental teria uma atenção toda especial da nossa gestão e a construção desse CAPS III vem ao encontro disso, pois vai mudar o patamar da nossa cidade nesse atendimento”.
O CAPS é um serviço municipal especializado que compõe a Rede de Atenção Psicossocial, com atenção a pessoas que apresentam sofrimentos e transtornos mentais moderados, graves e persistentes.
Atualmente, a Prefeitura já gerencia duas unidades: o CAPS IJ (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) Catavento, localizado na rua Alcides Nunes, 1.100, no bairro Parque São Jorge, zona sul da cidade; e o CAPS Com-Viver atende na Rua Marquês de São Vicente, 322 – Bairro Maria Izabel, na zona Leste da cidade. O acolhimento é realizado de segunda a sexta-feira das 7h às 17h. Os serviços CAPS são porta aberta para acolhimento, atendem das 7h às 17h e o cuidado é realizado por equipe multiprofissional.
O município mantém parceria com o Complexo HC Famema para encaminhar casos ao CAPS-AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), gerenciado pelo órgão estadual.
No momento, são realizados grupos de acolhida/CAPS Com-Viver e grupos de primeiros laços/CAPS IJ com o objetivo de realizar o contrato terapêutico, incluir no cuidado do CAPS e iniciar o Projeto Terapêutico Singular (PTS).
“Desde o início da nossa gestão, estamos organizando dados de atendimentos realizados pelos CAPS, considerando todos os procedimentos. No momento estão inseridos no CAPS IJ Catavento 171 usuários e, no CAPS Com-Viver, 320 usuários, 27 dos quais moradores dos serviços de residência terapêutica”, afirmou a secretária Municipal da Saúde, Paloma Libanio.
Sobre o CAPS III
Um CAPS III (Centro de Atenção Psicossocial tipo III) é um serviço de saúde mental que funciona 24 horas por dia, incluindo feriados e fins de semana, para atender adultos com transtornos mentais graves e persistentes, e também aqueles com problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Sua característica principal é a oferta de atenção contínua, com serviços de retaguarda e acolhimento noturno, e um projeto terapêutico individualizado para promover a reinserção social do usuário.
Principais características do CAPS III:
- Atendimento Contínuo: Funciona 24 horas, 7 dias por semana, oferecendo cuidados ininterruptos.
- Público-Alvo: Adultos com sofrimento psíquico intenso, transtornos mentais graves e persistentes, e dependentes de substâncias psicoativas.
- Serviços de Acolhimento: Dispõe de capacidade de acolhimento noturno e retaguarda clínica para crises.
- Projeto Terapêutico: Foca em um projeto de vida para o usuário, que busca a emancipação e a construção de novas formas de estar no mundo, em vez de apenas a recuperação da doença.
- Abordagem Territorial: É um serviço de "porta aberta" na comunidade, que se aproxima do paciente para oferecer cuidado em seu território.
- Equipe Multiprofissional: Conta com profissionais como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, educadores físicos e outros.
Ação “CAPS na Rua, de Portas Abertas”
No dia 26 de setembro, a Secretaria Municipal da Saúde realizou o evento “CAPS na Rua, de Portas Abertas”. O objetivo foi apresentar para a comunidade os serviços prestados pela instituição e facilitar o diálogo com a população sobre os cuidados com a saúde mental.
“A nossa proposta é de ampliar o olhar sobre o cuidado em saúde mental e romper com a lógica de cuidado ambulatorial, estreitar laços com a comunidade e apresentar os demais serviços da Rede de Atenção Psicossocial”, ressaltou a coordenadora responsável pelo Núcleo de Saúde Mental, Adriana Dezotti.
Curso “Nós na Rede – Saúde Mental”
Profissionais da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) da Secretaria Municipal da Saúde de Marília participaram no início de agosto, do curso de capacitação “Nós na Rede – Saúde Mental”. O evento foi promovido pela primeira vez no interior paulista.
O Projeto Nós na Rede é uma iniciativa do Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz Brasília, com o objetivo de fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) por meio da Educação Permanente em Saúde. O projeto deve qualificar mais de 42 mil profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) que atuam no cuidado de pessoas em sofrimento mental e aquelas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, além de pessoas em conflito com a lei.
O município de Marília fez a solicitação de 120 vagas para os profissionais da área de saúde. Foram contemplados 30 profissionais de diferentes serviços da RAPS no município: CAPS Com-Viver, CAPS Catavento, Caps ad Girassol, Samu, UPA, Consultório na Rua, Internação e pronto-socorro de psiquiatria do HC FAMEMA, Gestão do Núcleo de Saúde Mental, Desinstitucionalização e Serviços de Residências Terapêuticas e Emulti.
“O curso Nós na Rede é uma oportunidade para potencializarmos a formação dos nossos profissionais e assim qualificarmos o cuidado psicossocial oferecido em nosso município. A proposta do Ministério da Saúde valoriza o trabalho humanizado e Interdisciplinar, para os usuários do SUS”, comenta a responsável técnica pelo Núcleo de Saúde Mental, Adriana Magali Dezotti Batista.
E acrescenta. “A Política Nacional de Saúde Mental estimula a articulação dos diferentes núcleos profissionais que compõem as equipes de diversos serviços da RAPS. Desta maneira é possível desenvolvermos um cuidado que garanta direitos humanos e participação social às pessoas com sofrimento mental no ambiente comunitário, em liberdade e próximas de suas famílias”.
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