A Prefeitura Municipal de Marília, por meio das Secretarias Municipais da Assistência e Desenvolvimento Social, Educação, Direitos Humanos e Saúde, finalizou na última quarta-feira, dia 31 de maio, as ações do Maio Laranja, mês inteiramente dedicado ao combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. A programação em Marília, bem como o ato de encerramento, contou com o apoio e auxílio do Conselho Tutelar de Marília, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e também do Comitê Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual.
O encerramento do Maio Laranja aconteceu no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) ‘Rosa Modelli’, em parceria com a Unidade do Programa Saúde da Família (USF) ‘São Bento/CDHU’ e Saúde da Criança. A ação teve como público-alvo a população da zona Sul, com sensibilização e informação dos cidadãos a agirem em defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Também houve o estímulo à criação de vínculo entre equipes e usuários.
Dividida em três atividades com faixas etárias distintas: na sala 1 ficaram os maiores de 18 anos, com o tema da sensibilização por meio de orientação a pais, responsáveis e cidadãos sobre formas de proteger, acolher, ouvir e denunciar situações de alerta (neste trabalho, houve a orientação da equipe técnica multiprofissional da Saúde da Criança); a sala 2 ficou reservada para crianças de 4 a 10 anos, com atividade baseada no livro ‘Pipo e Fifi’, realizada pela psicóloga residente Kemilly e pela enfermeira residente Brenda; e, por fim, na sala 3 ficaram as crianças e adolescentes da faixa etária de 10 a 17 anos, com orientação e roda de conversa sobre uso adequado de redes sociais, situações de alerta e como denunciar, em atividade realizada pela psicóloga Pâmela.
A ação reuniu mais de 120 pessoas no Cras ‘Rosa Modelli’ e, além das atividades desenvolvidas, houve sorteio de brindes, distribuição de pipocas e algodão-doce, brinquedos infláveis e café da tarde oferecido a todos os participantes.
O encerramento foi prestigiado pelo secretário municipal da Assistência e Desenvolvimento Social, Delegado Wilson Damasceno, vereadores Vânia Ramos (Republicanos), Dr Élio Ajeka (PP), Luiz Eduardo Nardi (Podemos) e a coordenadora do Comitê de Enfrentamento à Violência, Fabiana Martins.
A data e o caso Araceli
O 18 de maio é considerado o ‘Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes’. A data foi escolhida para relembrar o crime bárbaro que chocou o Brasil, na década de 1970, e ficou conhecido como o caso Araceli. Os trágicos acontecimentos que envolveram a menina Araceli - raptada, estuprada e morta por jovens da classe média alta em 18 de maio de 1973, em Vitória, no Espírito Santo - chegaram a inspirar o jornalista e escritor José Louzeiro a escrever um livro-reportagem, ‘Araceli, meu amor’. Apesar de sua natureza hedionda, o crime até hoje permanece impune.
Em 2023 o assassinato da menina Araceli completou 50 anos e os membros do comitê municipal trabalharam para que todas as ações realizadas no Município, durante o Maio Laranja, pudessem despertar a consciência da sociedade para que barbaridades, como o caso Araceli, não ocorram mais. Também buscou ainda ampliar sua atuação e lembrando que a proteção à infância é uma responsabilidade de toda a sociedade, além de ser um compromisso individual de todo cidadão.
“O nosso trabalho vai além das ações realizadas em maio. Incentivar a denúncia é o nosso principal objetivo. Se você suspeitar de uma situação de violência sexual contra uma criança ou adolescente, não se cale. Disque 100, ou, denuncie direto ao Conselho Tutelar, por meio dos telefones (14) 3413-3877 ou (14) 99740-3298. O Maio Laranja terminou, mas a luta permanece durante todo o ano, porque abuso é um assunto muito sério”, afirmou a coordenadora do comitê, Fabiana Martins.
Para o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Delegado Wilson Damasceno, ficou a sensação de dever cumprido. “A Secretaria participou ativamente das diversas atividades intersetoriais ao longo de maio, para que o maior número de pessoas pudesse ser envolvido no enfrentamento desse problema, que é de responsabilidade de todos. Apresentar possibilidades de prevenção, condutas e identificação do abuso e exploração de crianças e adolescentes podem ser determinantes na vida desse público, como de toda a família envolvida”, disse.
“Ressalto ainda que todas as atividades foram importantes, mas precisamos destacar a vinda da Carolina Arcari, que capacitou em torno de 380 profissionais da rede de proteção. Certamente, este encontro propiciou mais ferramentas para que os profissionais que atuam com esse público consigam desenvolver ainda melhor o seu trabalho, que já é muito bom e desempenhado com muita dedicação”, concluiu Delegado Damasceno.
“O combate ao abuso e exploração sexual infantil é um assunto que diz respeito a todos e devemos nos unir para reduzir as estatísticas relacionadas ao problema. A Prefeitura Municipal de Marília, por meio das Secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Educação e Saúde, está capacitada a oferecer orientação e lidar com casos desse tipo, tanto nas unidades escolares e unidades de saúde, quanto em órgãos como o Cras e o Creas, entre outros. Parabenizo mais uma vez o Comitê de Enfrentamento à Violência pelo excelente trabalho que tem sido desenvolvido nessa área”, afirmou o prefeito de Marília, Daniel Alonso.
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