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Marília registrou, em 2020, o segundo ano consecutivo de desmatamento zero da Mata Atlântica nativa. Em 2018, último ano com registro de devastação significante, foram extintos cinco hectares do bioma dentro dos limites do município.

Antes daquele ano, desde 2012 não era constatado avanço consistente do desmatamento em solo mariliense. Os dados acabam de ser atualizados pela Fundação SOS Mata Atlântica.

A Organização Não Governamental (ONG) aponta que Marília hoje possui o equivalente a 23 mil hectares preservados desse tipo de vegetação.

Pode até parecer bastante verde, mas na verdade representa menos de 15% da Mata Atlântica originalmente existente no município. O que sobrou equivale a 17.526 hectares, compostos 92,88% por mata e 7,12% de vegetação de várzea.

Relativamente há pouco tempo, a devastação ainda avançava a passos largos em Marília. Somente em 2005, por exemplo, foram extintos 58 hectares de mata nativa no município. Um hectare equivale a dez mil metros quadrados.

Ao todo, desde o início da exploração das terras marilienses, foram cortados o equivalente a cerca de 153 mil campos de futebol.

Boa parte do que sobrou está em áreas onde o ser humano não conseguiu avançar, como os precipícios que limitam a área urbana, localizada no alto de um platô.

Estas regiões ainda conservam a vegetação nativa, formando uma espécie de cinturão verde a margear a cidade e os distritos, e ajudam a explicar um remanescente acima da média estadual.

RECUPERAÇÃO

A administração Daniel Alonso tem investido em projetos de recuperação de mata ciliar que prometem levar Marília a outro patamar, passando da elogiável situação de desmatamento zero para o status de município reflorestador.

Uma dessas iniciativas é o projeto “Revitalizando a Vida”, que visa recuperar a mata nas proximidades de onde nascem os cursos d’água.

Por meio da gestão participativa em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Limpeza Pública, um sensoriamento remoto identificou 113 nascentes na área urbana, que estão sendo visitadas e recuperadas.

A participação da Prefeitura de Marília envolve a utilização de maquinários, materiais e mudas nativas. Já a população é convocada a participar fiscalizando o descarte irregular de resíduos sólidos nestes pontos e até mesmo cuidando ativamente das mudas.

Texto: Marília Notícia