Marília sediou ontem o encontro regional que discutiu a Política Nacional de Saúde Mental e a formação de redes de apoio psicossocial. O evento foi realizado no auditório da Univem e contou com a presença de representantes do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Apoiada na lei 10.216/01, a Política Nacional de saúde Mental, busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Isso é, que garanta a livre circulação das pessoas com transtornos mentais pelos serviços, comunidade e cidade, e oferece cuidados com base nos recursos que a comunidade oferece. Esse modelo conta com uma rede de serviços e equipamentos variados tais como os Centros de Atenção Psicossocial, os Serviços Residenciais Terapêuticos, os Centros de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral.
Segundo a coordenadora de Saúde Mental Álcool e Drogas, da Secretaria de Saúde do Estado, Rosangela Elias, a questão da saúde mental ficou apartada nos últimos anos das questões técnicas e políticas e agora a partir de uma visão humanitária, volta a ser discutida. “A partir desses encontros regionais temos condições de conhecer a necessidade de cada serviço ofertado, implantar novos serviços e se for preciso modificar os já existentes. Os Centros de Atenção Psicossocial e os hospitais têm seu papel na saúde mental, mas precisam estar bem articulados”, disse.
De acordo com ela, a partir das discussões as regiões deverão apresentar planos de ação com metas a ser alcançadas pela gestão municipal. Com esse plano a União, o Estado e o município farão uma programação orçamentária para financiar a rede de atenção que dentro de um proposta de integralidade irá contar com residência terapêutica, unidade de acolhimento, centro de atenção psicossocial, leitos hospitalares, comunidades terapêuticas entre outros mecanismos de apoio que ofereçam cuidado ao cidadão.
Conforme explicou a assessoria da Coordenação nacional de Saúde Mental Álcool e Drogas, do Ministério da Saúde, June Scafoto o objetivo dessas discussões regionais no interior é conhecer os serviços ofertados e traçar estratégias dentro das realidades de cada região. “O Ministério da saúde tem metas nacionais a cumprir até 2015, dentro do plano plurianual. No entanto, além do cumprimento das metas está a preocupação com a saúde mental. A rede de cuidado aberto tem como diretriz preservar o direito humano, quebras estigmas e preconceitos e atender as famílias dentro do cenário de vida das pessoas dentro da comunidade”, frisou.
Para a supervisora de Saúde Mental do município de Marília, Simone Alves Cotrin Moreira, a discussão da implantação de uma rede de apoio é de extrema importância, para tentar minimizar os danos que as questões referentes a saúde mental, álcool e outras drogas têm causado à população.
Presente ao evento o secretário municipal da Saúde, Márcio Travaglini destacou importância da discussão. “Os municípios menores, principalmente, não toda a estrutura para atender toda a necessidade da saúde mental, e aí inclui-se a dependência química de álcool e drogas. A composição de uma rede de apoio é fundamental, principalmente num momento em que se fala de acolhimento e de desospitalização”, ressaltou.
Assessoria de Imprensa
Fotos: divulgação